quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Era uma manhã de verão, estava indo de Betim para BH, à trabalho. As rádios todas tocavam músicas da Elis Regina, e eu, como super fã estava surpresa e adorando. Alegria burra porque distraída, nem percebí que algo de errado estava acontecendo. Ao chegar ao trabalho, Silvério me fez a mais cretina das perguntas: tenho duas notícias, uma boa e uma ruim, qual vai primeiro? Acho que como qualquer mortal, escolhi a ruim primeiro. Então, soube que Elis tinha morrido. O dia era 19.01.82. Eu e o Brasil inteiro estávamos chocados, arrasados mas, havia a notícia boa.
Trabalhava no Banco do Brasil, que tinha um esquema de emprestar funcionários (adição) e eu, havia conseguido ir para Abaetetuba, uma simpática cidade do Pará. Fica às margens do rio Meruú, hoje tem em torno de 140.000 mil habitantes. Abaeté na língua tupi-guarani significa "homem forte, valente". Felicidade geral, eu e Doró, cancelamos nosso carnaval em Salvador(BA) e cumprimos nosso novo destino. Assim, na segunda feira de carnaval, chegávamos em Belém (PA), chamada orgulhosamente pelos belemenses como Portal da Amazônia. Estávamos lá, viveríamos ali, deliciosas aventuras.
A maneira de chegar em Abaetetuba era peculiar: Fica a 159 kms de Belém sendo, 62 kms rodo fluvial (o famoso barco), que gasta mais ou menos uma hora e meia,e 97 kms rodoviário, outras duas horas em uma estrada que no mapa, tinha asfalto mas, na vida real, tinhas crateras imensas, uma colada na outra. Tudo bem, novidade, nos divertimos no barco....
Tomamos todas as SKOL do bar, despreocupadas, porque teríamos uma parada em Cafezal (terra firme), onde poderíamos ir ai banheiro. MENTIRA!!!!! Chegamos em Cafezal, sem papo, direto pro ônibus. Então, era só rezar.... Paisagens maravilhosas, o mais lindo poente da minha vida, só que Doró... Não conseguia ver nada disto! Queria fazer xixi. Passou por mim: "Vou sentar lá atrás". Tudo bem. Um segundo, e passava uma enxurrada pelo corredor do ônibus..... Era a cerveja tomada no barco. Doró não segurou!