No final da década de 60, comecei frequentar o Rio de Janeiro. Tinha 18/19 anos, cheia de vitalidade, curiosa, querendo conhecer tudo de uma vez. Foi quando conheci o Canecão num show da Elis Regina, maior barrigão, grávida do seu João Marcelo. Ali começava minha relação de amor com esta casa.
Hoje pela manhã, quando liguei o PC para ler as noticias do dia, deparei-me com esta: "Depois de quase 40 anos brigando na justiça, a UERJ consegue retomar a posse do imóvel onde funciona o Canecão. Fechado a partir de então, será transformado em um Centro Cultural". Pasmei... Como vou chegar no tunel novo em Botafogo, sem correr os olhos para ver a programação do final de semana??? Como aceitar que ele não estará mais ali??? A minha relação com a casa, é vital, desde o início dos anos 70 faz parte de meus melhores momentos, de minhas melhores recordações. Ali, eu tive o privilégio de ver Chico Buarque e Maria Bethânia, o histórico Doces Bárbaros, mais uns 20 shows da Bethânia. Meu Deus, não acredito que acabou... Vi Marina Lima, Ivan Lins, Beth Carvalho, Fafá deBelém. Blitz (com Fernandinha e Márcia), Ney Matogrosso - i-nes-que-cí-vel, e mais um monte. Alcione, um capitulo à parte, a cada show, assistia 2 ou 3 vezes. Quero deixar gravado aqui a minha tristeza, o meu inconformismo com o fim desta parceria de vida que me trouxe tanta alegria. Pensando aqui com meus botões, não sei o que fazer no Rio sem o Canecão!
